Velhas Anotações, Papéis Amarelados...

Hoje, quando tantos falam no fim do livro em papel, lembro-me do propalado fim do cinema com a chegada da televisão e das velhas histórias do século dezenove que falavam na morte da pintura com a fotografia. Felizmente nesta montoeira de livros que atulham a casa, sempre encontro, em uma verdadeira arqueologia doméstica, velhas anotações, recortes de jornais e revistas enfiados entre suas páginas. Durante mais de três anos, este “arquivo” foi fundamental para escrever mais de uma centena de ensaios e crônicas no jornal eletrônico Montbläat dirigido por Fritz Utzeri.

Mas este acervo parece inesgotável. Neste ano de 2009, continuei com ensaios em outros jornais eletrônicos como Observatório da Imprensa, diversos blogs e boletins de empresas, universidades e organizações não governamentais.

Mas a grande descoberta foi a Oficina Literária do Professor Ivan Cavalcanti Proença, OLIP, como carinhosamente chamamos. Aqui descobri novas formas na arte de escrever, sendo incentivado ao mundo da ficção, da crônica literária, do conto e dos ensaios com um pouco mais de literariedade.

Alguns resultados deste esforço estão nestes quase quarenta textos, enfeixados com o título “Memória, História e Imaginação”.

A Memória são os passos que damos por este mundo afora. A História, os papéis amarelados, as anotações e a objetividade dos fatos. A Imaginação é o possível e o impossível. O que deveria ser e não foi. O que pretendemos que seja. Sem imaginação teríamos o imutável. A História congelada como um arquivo de fatos despidos de emoções.

Através destes textos – ensaios, crônicas e contos – vou falando dos Verdes Modernistas, passando pela Ciência, o mundo da Internet, chegando tristemente à Natureza, Democracia e Ética, tão ameaçadas e desprezadas. Mas o contraponto é a alegria da cultura brasileira, com suas histórias, lendas e sábios conhecimentos. Homenageio também pessoas que me influenciaram, algumas muito novas ou desaparecidas há tanto tempo que deixaram pegadas apenas nos corações. Outros, o tempo vai apagando suas marcas. Que avivo, e avivo um pouco.

Teócrito Abritta
Janeiro de 2010


Os personagens que povoam estas crônicas e contos são puramente ficcionais, não tendo nenhuma relação com pessoas reais.

Entretanto...